Mastectomia no tratamento do Câncer de Mama

Mastectomia no tratamento do Câncer de Mama

Mastectomia no tratamento do Câncer de Mama

A palavra mastectomia se origina da palavra grega “mastos”, que significa mama.
Em 1894, William Hasteld descreveu a técnica de mastectomia radical que
consistia na retirada de toda a pele, complexo aréolo-papilar, glândula mamária,
músculos peitorais e linfonodos axilares, pois ele acreditava que quanto maior
fosse a cirurgia maior seria a chance de cura das pacientes, por isso essa
cirurgia permaneceu sendo o padrão ouro para o tratamento do câncer de mama por
muitos anos. Um dos estudo que permitiu o início da mudança do tratamento
regional para uma cirurgia menos mutiladora foi o NSABP-04, esse estudo
distribuiu aleatoriamente as pacientes com axila clinicamente negativa em
mastectomia radical, mastectomia simples com irradiação do campo axilar ou
mastectomia simples sem cirurgia axilar e dissecção axilar tardia somente se as
metástases axilares se desenvolvessem clinicamente. Ficou comprovado que a
sobrevida era a mesma em todos os grupos. O estudo italiano Milan 1 também
avaliou mastectomia à “Halsted” comparando-se com a quadrantectomia
identificando que o intervalo livre de doença foi semelhante em ambos grupos.
Além disso, com a evolução dos exames de rastreamento do câncer de mama,
atualmente os tumores são detectados mais precocemente e com o surgimento de
novos tratamentos sistêmicos, a cirurgia de mastectomia nos últimos anos sofreu
uma grande evolução, surgindo as mastectomias poupadoras de pele e de complexo
aréolo-papilar.

TÉCNICAS

1) MASTECTOMIA RADICAL MODIFICADA

A incisão convencional consiste em um fuso horizontal (incisão de Stewart). O
procedimento inclui a remoção total da glândula mamária, com dissecção superior
até a borda inferior da clavícula, inferior até o sulco inframamário, medial até
a borda do esterno e lateral até o músculo grande dorsal. O limite posterior de
dissecção é a fáscia do músculo peitoral. • POR QUE REALIZAR A INCISÃO
TRANSVERSAL? Porque a incisão vertical apresenta maior taxa de necrose cutânea.
• E QUAL A ESPESSURA IDEAL DO RETALHO? A espessura do retalho deve resultar na
remoção de todo o parênquima mamário, com a preservação da gordura subcutânea e
da vascularização superficial, diminuindo consequentemente o risco de necrose.
Ele geralmente mede cerca de 5 mm. 2) MASTECTOMIA POUPADORA DE PELE =
SKIN-SPARING MASTECTOMY A técnica consiste na retirada de toda glândula e o
complexo aréolo-papilar, usando a pele que sobrou para fazer a reconstrução
mamária. Utiliza-se pequenas incisões ao redor do mamilo, como demonstrado na
figura abaixo:


a. Periareolar b. Periareolar elíptica c. Periareolar com extensão inferior d.
Periareolar com extensão lateral 3) MASTECTOMIA POUPADORA DE MAMILO E ARÉOLA =
NIPPLE-SPARING MASTECTOMY Nessa técnica além de poupar a pele, há também
preservação do complexo aréolo-papilar, esta técnica está se tornando cada vez
mais popular já que possui excelentes resultados cosméticos, além do tratamento
oncológico adequado. A figura abaixo mostra as principais incisões:

a. Periareolar com extensão inferior b. Periareolar com extensão lateral c.
Inframamária   d. Lateral e. Radiada em QSL    e. Periareolar Nessa técnica há
necessidade da avaliação pelo patologista no intra-operatório da margem
retroareolar, pois sabe-se que pode existir o comprometimento oculto do mamilo
com câncer de mama de 5% a 58%, sendo que os principais fatores que contribuem
para esse comprometimento é o tamanho do tumor e câncer de mama HER 2
positivo.ENTÃO QUAL TÉCNINCA DEVO UTILIZAR?
Não existe uma única resposta, devemos sempre individualizar nosso
tratamento!Mas, atenção: presença de comprometimento do complexo
aréolo-papilar é uma contraindicação absoluta para mastectomia poupadora de
mamilo e aréola, assim como os tumores de estádio 3 e 4.

Autor(a)

Dra. Andressa Gonçalves Amorim

Mastologista do Hospital Pérola Byington – Centro de Referência da Saúde da Mulher