IMUNOTERAPIA
A imunoterapia é um tipo de tratamento sistêmico que usa medicações capazes de ativar ou aumentar a ação do sistema imunológico, melhorando a capacidade do seu organismo em reconhecer e atacar as células do câncer.
A imunoterapia compreende várias medicações e algumas são efetivas no tratamento do câncer de mama. Elas podem ser usadas isoladamente ou em combinação com outras medicações.
Atualmente seu benefício é restrito ao câncer de mama triplo negativo – aquele que apresenta receptores de estrogênio negativo, receptor de progesterona negativo e HER2 negativo – já que esse é o subtipo dentre os tumores de mama com maior habilidade de provocar a ativação do sistema imunológico.
A medicação chamada pembrolizumabe pode ser usada em combinação com a quimioterapia nessas pacientes de alto risco. Ele é um inibidor de “check-point”, ou seja, atua inibindo uma proteína (PD-1) que impede que as células do sistema imune reconheçam e ataquem o tumor. Com essa inibição, as células imunológicas ficam livres para combater as células tumorais.
O pembrolizumabe deve ser utilizado inicialmente antes da cirurgia em associação com a quimioterapia (chamada de neoadjuvante). Ele é administrado pela veia a cada três semanas no mesmo momento da quimioterapia e deve ser mantido após a cirurgia até completar um ano de tratamento.
Essa medicação aumentou as chances do tumor reduzir de tamanho significativamente antes da cirurgia e reduziu o risco do câncer de mama voltar após o término do tratamento.
Devido ao seu mecanismo de ação, os principais efeitos colaterais estão relacionados à ativação do sistema imune, com a inflamação e comprometimento de diversos órgãos, como: pulmão, tireoide, intestino, rins, fígado, entre outros. A equipe médica deve ser comunicada em caso de eventos adversos para que possa orientar adequadamente.
Atualmente, a imunoterapia no câncer de mama está aprovada somente para o tratamento do câncer de mama triplo-negativo no cenário neoadjuvante, mas outros estudos ainda estão em andamento para avaliar seu benefício em outros cenários, o que aumentaria as pacientes que poderiam receber essa modalidade terapêutica.
Mastologista
Membro da Comissão de Tratamento Sistêmico da SBM-SP