Como se faz na prática o estadiamento?

Como se faz na prática o estadiamento?

O estadiamento pode ser dividido em (1) anatômico e (2) prognóstico. E deve ser feito antes e depois da cirúrgica (chamado de estadiamento patológico)

O anatômico leva em conta o tamanho do tumor (T), a presença de disseminação para linfonodos regionais (N) e a presença de metástases (M). Esta classificação é denominada TNM e utilizada amplamente em todo o mundo.

Já o estadiamento prognóstico leva em conta fatores relacionados a agressividade tumoral, conforme mencionado acima, como o grau histológico, a expressão de receptores de hormônios, a presença de amplificação do gene Her2 e teste genômicos do tumor quando disponível.

O estadiamento patológico é sempre feito depois da cirurgia e traz importantes informações. Quando a paciente é submetida a uma cirurgia como parte inicial do tratamento , é o estadiamento patológico que trará as informações definitivas sobre o tamanho do tumor , a disseminação para os linfonodos regionais e também dados sobre a biologia tumoral que eventualmente possam ser diferentes daqueles coletados no momento da biópsia (é frequente existirem tumores heterogêneos onde somente a análise completa da lesão pode nos dar informações mais precisas). Uma outra grande utilidade do estadiamento patológico é a avaliação do grau resposta ao tratamento quando se faz quimioterapia ou hormonioterapia antes da cirurgia. Esta informação pode nos auxiliar em avaliar prognóstico e a direcionar novos tratamentos com outras drogas ainda não utilizadas naquele caso especificamente.

Autor(a)

Renato Torresan

Mastologista

Coordenador da Comissão de Estratégia de Controle do Câncer de Mama da SBM-SP