Introdução
Existem diferentes formas de tratar o câncer de mama e as modalidades utilizadas podem variar de acordo com a gravidade do tumor, o estágio da doença e as características da paciente. É importante ressaltar que cada caso de câncer de mama é único, e o tratamento é planejado individualmente pela equipe médica. Para criar uma estratégia de tratamento uma variedade de exames e avaliações são necessários para entender qual o tipo de câncer e a sua extensão. Alguns dos exames comumente realizados incluem:
- Mamografia, ultrassonografia e ressonância nuclear magnética das mamas. Estes exames de imagem ajudam a avaliar o tamanho do tumor na mama e nos linfonodos axilares.
- Biópsia: é o procedimento no qual uma amostra do tumor é retirada para análise. Esse exame permite confirmar o diagnóstico de câncer de mama e fornece informações sobre o comportamento da doença e quais tratamentos ela pode responder. Por exemplo, a presença de receptores hormonais (estrógeno e progesterona) indica que o tumor pode ser sensível à terapia hormonal. Enquanto a expressão do receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (Her2) pode indicar a necessidade de terapia alvo.
- Outros exames podem ser necessários para avaliar se houve disseminação do câncer para outras partes do corpo (metástases), como ossos, pulmão e fígado. Por exemplo a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) combinada com a Tomografia Computadorizada (CT), este exame permite avaliar o metabolismo das células cancerígenas e sua disseminação pelo corpo.
- Testes e aconselhamento genético: aproximadamente 1 entre cada 10 cânceres de mama são hereditários. Dependendo da história familiar ou de algumas características tumorais o médico pode solicitar um painel genético hereditário para entender melhor a doença.
Esses são apenas alguns exemplos de exames que podem ser realizados durante a avaliação inicial e ao longo do tratamento do câncer de mama. Cada paciente e caso são únicos, então os exames específicos podem variar dependendo das características individuais da doença e das necessidades do paciente. É fundamental que a paciente converse com sua equipe médica para entender quais exames são necessários em seu caso específico.
Com todas estas informações se determina o Estadiamento clínico, que é um sistema criado pela American Joint Committee of Cancer, (AJCC) para determinar o quanto o câncer está presente no corpo, onde está localizado e qual o subtipo. É uma forma de descrever a extensão da doença quando foi diagnosticada e assim guiar as opções de tratamento.
As principais opções/modalidades de tratamento são:
- Cirurgia: é geralmente o primeiro passo no tratamento do câncer de mama. Ela pode envolver a remoção de parte da mama, conhecida como setorectomia ou quadrantectomia, ou a remoção completa da mama, chamada mastectomia. Em alguns casos, também pode ser necessária a remoção dos linfonodos próximos à mama.
- Radioterapia: envolve o uso de radiação para destruir as células cancerígenas remanescentes após a cirurgia, ou para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia. Este tratamento utiliza feixes de radiação direcionados à mama e/ou axila.
- Quimioterapia: é um tratamento sistêmico que utiliza medicamentos para destruir as células cancerígenas em todo o corpo. É indicada quando há risco de a doença se espalhar para outras partes do corpo, chamada metástases. Geralmente, é administrada por meio de comprimidos ou injeções.
- Terapia hormonal: Esta forma de tratamento envolve a utilização de medicamentos que bloqueiam os hormônios responsáveis pelo crescimento do câncer de mama. É mais comumente recomendada para pacientes com tumores que são sensíveis a hormônios, como estrogênio e progesterona.
- Terapia alvo direcionada: é um tipo de tratamento que utiliza medicamentos específicos para atacar as células cancerígenas de forma mais direcionada. Esses medicamentos costumam ser recomendados para pacientes com tumores que expressam alvos moleculares específicos.
A combinação de diferentes modalidades de tratamento pode ser necessária, dependendo do estágio e das características específicas do tumor. Outros fatores importantes que podem interferir ou direcionar o tratamento são as condições emocionais e clínicas, avaliada através de escalas que mede a capacidade funcional, desempenho e nível de atividade do individuo. É essencial que a paciente e sua família estejam em contato próximo com a equipe médica para tomar decisões e receber o suporte necessário durante todo o processo de tratamento.
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